FATOS POLICIAIS

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

 


HISTÓRIA DE JOÃO MEDEIROS.

O PATRIARCA.

 Jardim do Seridó, Estado do Rio Grande do Norte foi o mundo do Coronel João Medeiros, a terra onde ele aprendeu as leis naturais do trabalho e da convivência com os sertanejos. O município, situado no coração da Região do Seridó, é um dos mais antigos do Rio Grande do Norte, data de 27 de Agosto de 1874, desmembrado da “Vila do Príncipe”, hoje Caicó.

João Medeiros, filho do paraibano Bartolomeu Cândido de Araújo e de Ana Joaquina da Conceição, nasceu em 27 de março de 1888. Era um menino típico de família sertaneja. Antes de aprender as primeiras letras, foi ensinado na escola do trabalho, ajudando o pai a preparar a terra e pastorar a criação.

Em 1908, com o negócio de couros consolidado, João Medeiros presenciou a grande seca avançar pelo sertão, queimando pastos e ameaçando de morte os grandes rebanhos do Seridó. Ele começou o advento da criação comprando garrotes e conseguindo, tempos depois multiplicar o rebanho, foi dono de mercearia, investiu na compra de tecidos importados de Natal e de Campina Grande. Versátil, passou a comercializar um tipo de “brandy”, aperitivo batizado de “cara preta” ou cachimbo. O algodão teve seu auge na década de 40 e João Medeiros entrou firme na sua comercialização, participando da operação financeira conhecida por Títulos de Favor. João Medeiros consolidou a reputação de comerciante honesto, homem probo e amigo leal, qualidades de caráter que lhe valeram liderança na comunidade e a preferência na representação de grandes firmas nacionais. Ele juntamente com o Coronel Felinto Elísio e Heráclio Pires, fundou o município de São José do Seridó. Em 1926, com 38 anos, João Medeiros resolveu se casar e escolheu Ana da Cunha, de tradicional família jardinense – o focalizado era amigo de Rafael Fernandes, Dinarte Mariz, Felinto Elísio, Juvenal Lamartine e Tomaz Salustino, fundador do Partido Popular ao lado de José Augusto e Dinarte Mariz, partido esse que nasceu para fazer oposição a política do interventor Mário Câmara. A sua ida para Campina Grande com a família para fugir de turbulência política local, ensejou o nascimento do 3º filho, Edson da Cunha Medeiros, o único paraibano da prole. Além de Dagmar, Edson e Edmundo, nasceram, a partir de 1942, Garibaldi, Genival e Neide.

Em 1936 constituiu a firma Medeiros e Cia com máquinas usadas, compradas a usina Anderson Clayton, instalando em dezembro, daquele ano, a Usina Seridó para beneficiamento do algodão. Em 1940 o “Coronel João Medeiros” comprou a fazendo Tabajara, em Macaíba e aumentou o volume de negócios no comércio e na exportação de algodão. Sempre guiado pelo instinto de comerciante foi dos primeiros a acreditar na exploração mineral no estado, investindo na exploração da scheelita chegando a ser sócio da Mineração Seridó, adquiriu novos maquinários para beneficiamento do caroço de algodão fabricando óleo comestível, lançando no mercado as marcas Algol e Mavioso, seguindo-se dois tipos de margarinas, Emoções e Paladar.

Em 1967 abriu em Natal as confecções Soriedem S/A., fábrica de roupas, com uma filial em Jardim do Seridó, que funcionou até 1994. No local, na capital potiguar, onde funcionava a Soriedem está instalado hoje o Shooping “Via Direta”, também de propriedades dos filhos de João Medeiros.

Ele morreu em Natal em 1971, aos 83 anos de idade, vítima de enfarte, deixando como legado a família, uma história de luta e de realizações.

Fonte: Gente Potiguar, Diário de Natal.

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